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Crônica

Feridas que não se curam

Autor: Niko Araujo


Começarei essa “crônica” com uma pergunta meio estranha: as pessoas tem culpa de algo no qual elas não têm controle? Não sei qual seria sua resposta, mas a minha é não. Exatamente, não. Mas aonde que eu quero chegar? Bem, talvez isso seja algo confuso, e eu não vou te culpar se você não estiver entendendo absolutamente nada que eu estou falando aqui.

Pessoas com transtornos mentais são constantemente tratadas como lixo, ou como doentes, seja como for. Quando não são ativamente machucadas, são infantilizadas e vistas como incapazes, como dependentes de pessoas que não passam pela mesma experiência. Muitas vezes, sua condição é tratada como algo ruim ou frescura, e seu sofrimento é ignorado. Isso leva a feridas que nunca serão curadas. Isso pode levar até a automutilação e ao suicídio. Para conscientização disso, foi feito o Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio. Mas muitas vezes, as pessoas que postam sobre nas redes apenas querem os chamados “biscoitos”, a atenção. A maioria nem se importa de verdade. Quando o mês de setembro acaba, tudo volta ao “normal”: piadas e mais piadas de mau gosto.

Agora, uma outra pergunta sobre o tema citado acima: do que vale dar “hype” para o Setembro Amarelo, para nos outros meses você fazer piadas de mau gosto com seu colega autista da sala de aula? Dizer para seu amigo com depressão que é “frescura e que ele tem tudo nas mãos, não devia se sentir assim”? O que você acha?

Essa crônica pode não fazer sentido para você, mas para mim, ela faz. Escrita do fundo do meu coração.